domingo, 1 de setembro de 2013

RECONTO

Na noite anterior a esta, acordara antes que pudesse despedir daquele mundo mágico, aonde deixou um pedaço de si. Qualquer outro lugar em que pisar os pés não lhe será a mesma coisa que o calçar dos pés em ruas de puríssima terra. Pouco a pouco resolveu abandonar a melancolia que carregara na bagagem por anos incontáveis. Mal percebeu a quantidade de vida que perdera nessa estrada árdua, mas inculpável. Intitulou-se desapercebida, já que por lá não houve nenhum que sentira saudade, apesar de sua presença marcante, entretanto, simultaneamente faltosa. Às vezes, se pega remoendo lembranças esquecidas por outros, os quais julgou importante não desatar os nós que outrora fizera, ou, pensara que fizera. Assim como o brincar de uma criança, desapropriada da mentira, que jurara à seu amigo que jamais o deixaria, no entanto, alguns anos após a promessa, estava longe, e, não voltara para brincar por mais uma vez e, nem ao menos, para fazer uma curta visita. Despediu-se, porém não escutara o adeus pronunciado por seus amantes daquela terra.
Deixara somente uma carta, pequenina, em que reconhecia que era a criança que, ao contrário do que se pensara, não havia esquecido a visita, nem tampouco a brincadeira.  
  



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