terça-feira, 30 de julho de 2013

Sol-pôr

Perambulando sem rota. O sol se põe e nasce do outro lado do mundo. A velocidade em que caminha é maior do que a que percorro naquela avenida. Corro e, logo, falta-me o fôlego. Me apresso, porém, meus olhos estão vendados. Mal posso olhar em sua direção. Um dia quem sabe o alcanço, tenho mesmo vivido ao lado da lua. Sem pressa para o amanhecer. O poente perpassa diante de mim, entretanto, não me paralisa. Contínuo em movimento, dando voltas em torno daquela luminosidade. Vivacidade de espírito; meu corpo anda envelhecendo, mal posso esperar pelo fim da trilha. Estrela guia, prossigo iluminada. Transcorro a existência. Não me movo pela curiosidade, no entanto, o ser humano vive o tempo todo procrastinando a verdade. Mistério insolúvel e infindável aquele que o universo se atém a esconder. 
O lugar em que habito decorre em equilíbrio, não traçou a linha de sua órbita, mas segue fielmente por ela. Radiante, apesar disso, carecida de luz dia após dia, pego-me sem rumo, vagante por aí. Passos errantes, assim como aos de uma criança que acaba de ficar de pé.

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