sábado, 17 de agosto de 2013

Só comigo ao seu lado

Aspiro por cheiro de mato. 
A fadiga, incansável, insiste em acompanhar-me nessa cidade sem horizontes, onde avisto prédios, mas sentido nenhum eu vejo. E é devido a isso, que a deixo; decidi percorrer longas distâncias, para estar a longa distância desse interrupto cansaço.
Almejo encarar árvores - belas - daquelas que com a cabeça inclinada para cima sou capaz de enxergar o seu fim. Daquelas que deito sob a sua sombra e ao erguer, novamente, a cabeça e, juntamente, os olhos, deparo-me com seus galhos e na ponta deles as folhas beijando o céu.
Quero viajar de trem e nele ficar horas, comendo poeira em vez de fast-food. Depois delirar com sonhos às 8 da noite, já que não me restará nada a fazer, a não ser sonhar. 
Anseio viver o meu bel-prazer, viver cercada de cercas, entretanto, no campo, numa casinha no meio do nada.
Em algum lugar onde eu tenha tempo e silêncio suficiente para treinar a nota sol; caminhar em rumo ao sol, incessantemente até ele se findar do outro lado do mundo. Pisar no mato, distante da calçada suja onde moro. Distante do asfalto, ficar descalço em cima daquele verde.
Cavalgar em cima de um cavalo acastanhado.
Aspirar cheiro de chuva, de mato molhado; te deixar acanhado, te ver com olhar amendoado, um tanto quanto apaixonado. comigo ao seu lado, eu de olhos abertos para te ver sendo beijado (Por mim!)
Afinal tem tanta graça ir para o paraíso se nas bagagens levar o amor. 

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